Entre conversas - Eu e Ele
- Joseane Marcondes
- 2 de out.
- 3 min de leitura
Sempre acreditei que o talento fosse algo que, ou você nasce com ele ou então nem tente. Claro que esse pensamento pode soar um pouco radical, e com o tempo passei a enxergar que não. A verdade é que mesmo que você possua um certo tipo de talento se você não colocá-lo em prática, se não souber executá-lo, descobrirá que o talento (vou chamá-lo aqui de uma certa inclinação para determinada atividade) por si só, não basta.
Hoje acredito que existem coisas que talvez, são pra gente sim. Claro que só gostar de algo não basta, ou seja, admirar as artes, não é o suficiente. É preciso sentir que aquilo faça parte de você, é entender que sem aquele tipo de arte você não vive, é como o oxigênio que precisamos para respirar. Parece exagero, eu sei! Mas é uma analogia que quem ama determinado tipo de atividade, passa a executá-la, mesmo sem retorno financeiro, mesmo sem reconhecimento, isso já não tem tanta diferença quanto o prazer de fazê-la.
Vejo isso em várias pessoas que conheço e admiro muito. E agora percebo com clareza.

Eu por exemplo, já tentei violão, bateria, guitarra, teclado e ukulele, e no entanto, nunca consegui desenvolver nenhum deles, embora goste e admire, porém tocar e cantar nunca fluiu como eu imaginava, o que de certa forma causa em mim decepção.
Sou totalmente fascinada pelo universo da música, mas nunca me senti profundamente imersa nisso, fazendo parte, me vendo não só executando mas também criando dentro desse mundo tão magnifico. O básico até sai, mas para uma pessoa inteira como eu, nunca me contentaria apenas com as partes, quero o todo ou nada.
Uma outra paixão que possuo são as palavras, mas escrever nunca foi o meu forte, desde a escola escrever texto, fazer redação, sempre foi um desafio, realmente uma dificuldade, eu até sabia do assunto, mas quando ia passar para o papel tudo evaporava. E por muito tempo achei que isso me afastaria da comunicação.

Então hoje, após tantos anos sentindo o pulsar da música e a emoção nas páginas dos livros, e claro tentando aprender a fazer algo que soasse como essas artes (música e literatura), percebo que meu caminho é o caminho do meio, ou seja, juntar tudo isso, música, arte, palavras, sentimentos e transformar em minha forma de expressão, a minha maneira de me comunicar.
Em meio a todo tipo de arte, as imagens me fascinam, uma simples foto em preto e branco pode me levar a um mergulho interior, criando um dialogo profundo entre imagem e sentimento que ela evoca.

Então sei, sim hoje eu sei, que se eu me dedicar, me aperfeiçoar, treinar, estudar, ler e ouvir, posso sim me tornar uma excelente comunicadora, quem sabe uma repórter, uma oradora, uma jornalista, alguém que comunica a arte, alguém que transforma imagem em palavras, que traz o sentido das músicas como se estivesse cantando, que pode falar de literatura como se a escrevesse. Comunicar é uma arte e talvez essa seja a minha.

Agradeço meu esposo, que também faz parte desse blog, por ele estar sempre me apoiando a estudar, me dando dicas, me mostrando livros e músicas. Agradeço a ele por me ajudar a tornar tudo isso possível e claro que me ajudou com esse texto. Ele desde seus 13 anos faz texto incríveis, um escritor que ainda não foi reconhecido pelo seu talento, e aos 16 anos ganhou sua primeira guitarra e desde então se formou em um grande músico.
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